quinta-feira, 6 de maio de 2010

Análise dos aspectos positivos e negativos da Educação a Distância
Educação a distância é uma modalidade de ensino e aprendizagem, onde professor e aluno estão espacial ou temporalmente separados. Apesar de não estarem juntos, os sujeitos do processo educacional estão interligados por redes sociais, como a internet, ou por outros meios difusores de informações como rádio, TV, telefone e correios.

Difere da educação presencial, mais convencional, onde professores e alunos estão ligados ao mesmo espaço físico: a sala de aula e da educação semi-presencial, que mescla momentos de interação num mesmo espaço e momentos a distância, através do uso das tecnologias assinaladas.

A educação à distância é uma modalidade de ensino que pela flexibilidade de horários, individualização e personalização do ensino, atende perfeitamente aos interesses da sociedade capitalista atual, permitindo treinamentos rápidos que atendem simultaneamente grande número de pessoas. Isso sem falar na economia de custo, tempo e espaço.

É, porém, mais indicada ao público adulto por exigir uma boa dose de independência e responsabilidade. As crianças ainda precisam do contato físico e de maior interação a fim de que se atendam suas necessidades de socialização.

Cabe aqui uma reflexão, apontada pela Prof. Lucyelli Cristina Pasqualotto em seu artigo sobre “A educação frente aos imperativos das novas tecnologias”, sobre a linearidade da lógica formal, embutida na linguagem instrumental da máquina, que pode contribuir para uma alienação dos problemas da sociedade, além de provocar a perda da relação pessoal, impossibilitada pela máquina.

Esta modalidade de educação, ressalte-se, vem crescendo substancialmente e, cada vez mais vivenciamos a combinação do real e do virtual nas práticas educativas, da mesma forma que podemos observar a evolução das mídias unidirecionais como o jornal, o rádio e a TV para mídias mais interativas, que estão transformando a comunicação off line para on line.

No entanto, não podemos nos deixar envolver pela eloqüência do discurso e esquecer que esta modalidade de educação é pouco real em um país de terceiro mundo como o Brasil, onde o acesso às novas tecnologias ainda é privilégio de poucos. Isso sem falar no analfabetismo digital, que figura ao lado de outros tipos de analfabetismo que bem conhecemos, como, por exemplo, o funcional.

Nesta linha de raciocínio observa Pasqualotto a desigualdade social inerente ao sistema capitalista e questiona se esse tipo de educação não seria uma nova forma de segregação, pois “Em uma sociedade capitalista, onde os meios de produção, inclusive o conhecimento, são propriedade privada, quando muito, pode se oferecer uma educação diferencial e excludente.”

Anota ainda que, quando o Banco Mundial reconhece que a proposta de educação a distância é dispendiosa no início, por requerer infra-estrutura adequada de equipamentos altamente sofisticados, e coloca como solução a parceria com o setor privado, e/ou com os próprios alunos, o objetivo fica evidenciado: reduzir custos ao setor público, sob a lógica do ajuste estrutural. Sob essa ótica, a educação a distância torna-se um atrativo aos governos que procuram reduzir os déficits fiscais através de reduções da despesa, inclusive em educação, uma vez que a relação investimento/estudante é significativamente reduzida.

Ademais, não se pode descartar o oportunismo de muitas instituições que oferecerão cursos de baixo custo ao lado da baixa qualidade, colocando no mercado de trabalho profissionais pouco habilitados para suas funções.

Note-se que o uso das novas tecnologias, se mal empregado, pode conduzir a uma padronização da educação e desqualificar o professor, reduzindo-o a um mero vigilante de máquina frente ao processo educacional.

Outra questão importantíssima a respeito dessas novas tecnologias, largamente usadas neste tipo de curso, é o problema da simulação: não se pode garantir que quem desempenha as tarefas é o aluno e nem quem supervisiona e corrige as mesmas é um professor. Há uma enorme margem para a ação de estelionatários de ambos os lados.

De tudo isso, podemos concluir que o emprego das novas tecnologias, entre elas a educação a distância, embora seja mais que uma tendência, uma realidade crescente no seio de nossa sociedade, deve ser visto e acolhido de maneira cautelosa, sem radicalismos que sugerem a substituição total do sistema tradicional.

O que não se pode perder de vista para que não se incorra em modismos é que cabe ao professor a formação de alunos pensantes que sejam capazes de conduzir nossa sociedade a uma verdadeira evolução. A capacitação para o mercado de trabalho é somente uma das várias missões do sistema educacional, uma vez que qualificar é muito menos que educar.


Fontes pesquisadas:
O que é educação a distância.
Moran, José Manuel
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
In www. eca.usp.br

A educação frente ao imperativo das novas tecnologias.
Pasqualotto, Lucyelle Cristina
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá-UEM. Membro Grupo de Pesquisa em História, Sociedade e Educação no Brasil/GT Oeste do Paraná - HISTEDOPR. Docente do Curso de Pedagogia, Unioeste – Campus de Francisco Beltrão – Pr
In www.histebr.fae.unicamp.br

Avaliação de aprendizagem em educação online.
Vosgerau, Dilmeire Sant'Anna Ramos
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
In www.scielo.com.br


Elaborado por: Fernanda Maria Lozano Monteiro Sanches

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