domingo, 6 de junho de 2010

A arte e as novas tecnologias

Atualmente verificamos um aumento do uso das novas tecnologias na produção artística. Cresce o número de artistas que optam pela vídeo-arte, pela fotografia digital, pela pixel art, entre outras, como técnica de produção de suas obras de arte, mostrando-se adeptos ao movimento iniciado na década de 70 por Andy Warhol, Waldemar Cordeiro, Roy Liechestein, etc. Podemos citar como exemplo atual de produção artística fincada nas novas tecnologias a obra recentíssima da jovem artista brasileira Alice Miceli, que participará da próxima Bienal de São Paulo com vídeos produzidos com uma câmera especialmente construída para captar a presença da radioatividade ainda existente em Chernobyl.

No que tange a arte-educação, pode-se dizer que a informatização dos museus, que contam hoje com sites que permitem visitas virtuais e a grande acessibilidade das redes sociais, que possibilitam a pesquisa sem que se saia de casa, ampliaram o acesso à informação e à cultura.

Essa maior acessibilidade faz com que o aluno se sinta mais envolvido por tais conteúdos que acabam por se aproximar de sua realidade. O gosto pela arte pode ser despertado através das relações construídas no mundo virtual, tão interessante e envolvente para os jovens. De repente, aquilo que parecia tão monótono e chato nos livros adquire nova roupagem e seduz o público adolescente, uma vez que a linguagem se torna mais acessível e próxima de sua realidade.

O professor, atento a essa realidade, deve embarcar nessa nau para cativar seu público e trazer a escola para próximo do aluno, criando um sistema de ensino que fale a mesma língua do estudante. Dessa forma haverá um melhor aproveitamento da disciplina que passa a integrar a vida do aluno

Note-se que quando falamos em maior acessibilidade não estamos nos referindo à democratização do ensino, que acreditamos ainda não ocorrer apesar dos grandes avanços tecnológicos, isso porque o acesso às novas tecnologias infelizmente não é uma realidade nos países de terceiro mundo, onde, ao lado dos altos preços dos equipamentos para aquisição privada, está a falta de estrutura da maioria das escolas, o que impede que a grande parte dos alunos usufrua dessa evolução.

Ademais, há que se falar que contamos com um grande contingente de analfabetos, inclusive funcionais, que serão, por conseqüência, também analfabetos digitais e ficarão ainda mais segregados enquanto a acessibilidade ao ensino e o sistema de ensino não se tornarem eficazes.

Superado esse primeiro e importante entrave é importante salientar que o mundo virtual não substitui o real, onde as relações são construídas em sua totalidade. As relações inter-pessoais não podem ser mediadas pela máquina, é mister o contato entre as pessoas, uma vez que o individualismo nunca será uma regra, pois o ser humano é um ser social por excelência.

O contato com a matéria e a vivência são também aspectos que nunca poderão ser substituídos completamente pelo digital. A primeira e essencial ferramenta do homem, que inclusive foi determinante para sua evolução, foram as mãos. Pela habilidade com as mãos o homem materializou seu raciocínio e tornou realidade o jargão de que “é o homem o senhor de todas as criaturas”.

O contato manual, portanto, é imprescindível e suplanta todas as relações estabelecidas pela máquina. É pelas mãos que o homem domina a matéria e a molda conforme suas necessidades.

Por fim, o que se deve buscar sempre é o equilíbrio entre as relações estabelecidas, não se desvinculando da origem das coisas, o que permite uma maior visibilidade e nos impede de incorrermos em modismos e esquecermos de quem somos nós, de onde viemos e, por conseqüência para onde vamos.


Elaborado por Fernanda Maria Lozano Monteiro Sanches
Licenciatura em Artes

Textos pesquisados:

www.premiosergiomotta.org.br – Chernobyl Project. The invisible stain.
www.canalcontemporaneo.art.br – A marca invisível – Capturando imagens da radiação na zona de exclusão de Chernobyl.
www.arteetecnologia.com.br – Arte e tecnologia
www.educoas.org – As novas tecnologias em busca de seu espaço.
www.unirede.br – Algumas considerações sobre a utilização da Internet no processo de transformação da informação em conhecimento na sociedade do conhecimento.
revistaeducacao.uol.com.br – Os novos pincéis.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Projeto KOMOSSOMA


Olá confiram a nova proposta do Grupo SOMA no site www.soma-arte.com